Em live sobre a Covid-19, comunidade universitária compartilha o impacto sofrido com a pandemia e destaca a importância da Educação e da Ciência para enfrentar essa realidade

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Mais de 500.000 mil vidas perdidas no Brasil para a Covid-19 desde o início da pandemia em março de 2020. Esse triste marco ao qual o país chegou no último sábado (19/6) foi o tema central do Na Pauta #18. A live semanal da equipe de Comunicação da UFSCar trouxe representantes de toda a comunidade universitária para compartilhar a diversidade de experiências vividas e o que têm feito neste mais de um ano para enfrentar a pandemia.

Os convidados também expressaram o sentimento de lamento e tristeza pelas vidas perdidas, e destacaram que grande parte dessas perdas teria sido evitada se medidas fortes, adotadas por parte dos governos, no que diz respeito à vacinação e às medidas sanitárias, tivessem sido priorizadas.

Esse lamento veio acompanhado também da constatação de como a Ciência e a Educação têm sido fundamentais nesse cenário, do debate do que ainda pode ser feito para evitar que o número de mortes no país avance ainda mais e no convite para que a comunidade se mobilize para transformar a sociedade no futuro. A live pode ser conferida na íntegra nos canais UFSCaroficial no YouTube e Facebook.

O programa contou com a presença da Vice-Reitora e Presidente do Comitê Gestor da Pandemia (CGP), Maria de Jesus Dutra dos Reis, que resgatou a criação do plano da UFSCar de enfrentamento da pandemia, Vencendo a Covid-19, a fim de articular, integrar e fomentar ações para superar os desafios impostos por essa nova realidade.

“O retorno presencial, a partir de indicadores favoráveis referentes ao controle da pandemia, de forma segura e controlada, é a nossa meta, uma vez que, quando isso ocorrer, teremos estudantes de diversas regiões do Brasil circulando nos nossos campi. Diante disso, o Núcleo Executivo de Vigilância em Saúde (NEVS) e o CGP identificaram as atividades consideradas essenciais neste momento de não controle da pandemia e implementaram normativas para que elas possam ocorrer através de planos de contingência de forma segura”, disse a Vice-Reitora.

A dirigente comentou ainda que outras ações importantes são o monitoramento responsável, através da Vigilância Epidemiológica interna, dessas atividades em todos os campi e a construção do Plano de Retomada das Atividades Presenciais, para um momento futuro de controle da pandemia, que será apresentado na próxima reunião do Conselho Universitário (ConsUni), no dia 25/6, e debatido com a comunidade para posteriormente ser deliberado.

As respostas da Universidade à pandemia no âmbito da Saúde, no que diz respeito ao acolhimento à comunidade interna, à articulação com o município e à transmissão de conhecimento e informação precisa à sociedade, foram apresentadas pelos convidados Carla Polido, docente do Departamento de Medicina (DMed) e Assessora de Articulação em Saúde da UFSCar; Carla Vieira, enfermeira do Departamento de Atenção à Saúde (DeAS); Fábio Neves, Superintendente do Hospital Universitário (HU-UFSCar/Ebserh); Thiago Russo, Gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFSCar/Ebserh, e Gustavo Nunes de Oliveira, docente do DMed e Coordenador do InformaSUS.

De forma muito didática e clara, ao longo de toda a live, o docente do DMed e integrante do Vencendo a Covid-19, Bernardino Geraldo Alves Souto, trouxe importantes informações sobre como, somente com o cumprimento das medidas sanitárias como respeito ao isolamento social, uso correto e constante de máscaras de proteção e higienização das mãos, aliadas à vacinação em massa para todos os públicos, será possível superar esse momento desafiador de descontrole da pandemia no Brasil para que possamos retomar, de forma gradual e segura, as atividades em todas as esferas da sociedade.

Entre os convidados, os discentes, através da participação de Raisa Cortez Rosado, do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Maíra Neme, da Associação de Pós-Graduandos (APG), e dos estudantes indígenas Geovane Diógenes da Silva (Gege), da etnia Pankararu, e Jocimara Braz de Araújo (Uara), da etnia Pataxó, compartilharam suas experiências, dificuldades e impactos sofridos pela pandemia.

Os representantes dos Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-Administrativos (SinTUFSCar), Antonio Donizetti da Silva (Doni), e dos Docentes em Instituições Federais (ADUFSCar), Ricardo Ciferri, também falaram sobre os desafios vividos pelos servidores e servidoras e como têm feito para superá-los.

A forma como a pandemia afetou a educação em todos os seus níveis também foi debatida na live com a participação da docente do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP), Luana Costa Almeida, que também destacou como os professores e professoras tiveram que se reinventar para a realidade do ensino remoto e as dificuldades enfrentadas nos diversos níveis educacionais.

O Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis, Djalma Ribeiro Junior, falou sobre como a Universidade tem se organizado neste momento, agravado ainda mais pelos cortes no orçamento que afetam diretamente os programas de assistência estudantil, com ações para auxiliar e garantir a permanência dos estudantes na Universidade.

Ainda em relação à pergunta sobre como a Universidade tem atuado, o Pró-Reitor de Pesquisa (ProPq), Ernesto Chaves Pereira, e a Coordenadora de Informação em Pesquisa da ProPq, Andrea Rodrigues Ferro, trouxeram para o debate a resposta dos pesquisadores da UFSCar, que nestes 15 meses de pandemia desenvolveram mais de 240 projetos de pesquisas das mais diversas naturezas.

A Reitora, Ana Beatriz de Oliveira, encerrou a live especial com uma mensagem de lamento pelas vidas perdidas e de agradecimento aos profissionais de saúde, pela atuação incansável nos últimos meses, e também à comunidade universitária, que se adaptou a essa nova realidade e segue desempenhando suas atividades de forma primorosa.

Oliveira evidenciou que a pandemia mostrou o quão essencial é o papel e atuação das universidades públicas que tão rapidamente responderam a ela. Para isso, apresentou dados da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que indicam que as instituições federais foram responsáveis pela produção de mais de 691 mil litros de álcool em gel, 651 mil máscaras de proteção e 515 mil face shields. “A Universidade, através da dedicação de seus profissionais, reagiu e se adaptou a esse contexto muito rapidamente, tanto para o ensino como para as pesquisas e programas de extensão, o que nos aproximou da sociedade”, disse a Reitora.

Com relação às perspectivas para a UFSCar, Oliveira comentou sobre o movimento junto aos Reitores das instituições federais de ensino no estado de São Paulo em defesa da vacinação em massa e irrestrita para todos os adultos, o que vai permitir, a partir do controle da pandemia e do cumprimento das demais medidas sanitárias, o retorno presencial e escalonado das atividades.

“Entendemos as aflições dos estudantes e de seus familiares para que as atividades presenciais retornem, porém, isso precisa ser feito de forma segura, preservando as vidas, e, para isso, defendemos que a vacinação deve abranger todos e todas. No contexto do Ensino Superior não podemos pensar na vacinação de forma segmentada. Além disso, ela por si só não permite o retorno seguro. Para que ele ocorra o quanto antes for possível, deve estar acompanhado de um planejamento, o qual começa a ser debatido com a comunidade”, destacou.